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"Pai, você não vê que eu estou queimando?"

“Pai, você não vê que eu estou queimando? ”: questão colocada sobre a relação entre imagem e trauma motivada por uma pandemia O artigo propõe uma discussão a partir das imagens da morte que circularam no mundo durante a epidemia de coronavírus, especificamente as imagens de caixões e valas funerárias que apareceram em jornais, noticiários de TV, revistas e redes sociais nos últimos meses. Empreendendo uma análise que poderíamos chamar de fenomenológica, o texto articula a relação entre o conceito de imagem proposto pelo filósofo francês Georges Didi-Huberman e o tema do trauma lido através da psicanálise de Freud e Lacan. Tomando como ponto de confluência desta questão um sonho narrado por Freud em A interpretação dos sonhos, ao qual o título do artigo faz referência, o trabalho apresenta uma reflexão filosófica a respeito da morte e da responsabilidade ética e política implicada na morte do outro.

"Quando nos colocamos diante da imagem para vê-la, ela também nos olha, e na distância entre oolhantee o olhado se produz uma perda, que é sempre uma fonte de mal-estar. Quando eu olho para as imagens catastróficas da morte causada pelo Covid-19, eu não vejo apenas aquilo que se apresenta como visível, mas me exponho à ameaça das mil escuridões sobre a qual fala Celan, escuridão que, mesmo sem recursos de uma ordem estabelecida  


—uma vez que ela não mais existe—, nós temos de atravessar. Essa escuridão metafórica tem a ver com a sensação insuportável de viver em um mundo em que nem o discurso científico é capaz de nos fornecer quaisquer garantias. Há perguntas em jogo: ¿como sobreviveremos? Quando descobrirão uma vacina? Quando acabará a epidemia?Quando poderemos sair novamente? E, para elas, não há um consenso, um discurso unificado que possa dar uma certeza, uma palavra final e nos apaziguar Como escreveu Guimarães Rosa repetidamente ao longo do seuGrande sertão: veredas '' viver é muito perigoso'."

Link: https://revista.reflexionesmarginales.com/__trashed/ Imagem: Procissão no sul global/ 160 x 240 cm/óleo e encáustica s/t / Marcela Cantuária

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